Alfabetização especial,
tecnologia, capacitação e amor.
Figura 1 Fonte Instituto Federal do Alagoas.
Com a ajuda de um
simples tablet, uma professora do interior de São Paulo esta conseguindo
alfabetizar uma criança de oito anos de idade, diagnosticada com autismo, que
já havia passado por várias escolas sem obter nenhum avanço em seu
desenvolvimento cognitivo
.
Aos cinco anos, a
criança foi diagnosticada com autismo grau moderado, nível dois. No grau moderado,
a criança tem dificuldades de interação social, evita mudanças, tem o habito de
fazer sempre as mesmas coisas para estar sempre na mesma rotina, isso faz com
que ele se sinta confortável. Com essas particularidades, é preciso muita
paciência para interagir com uma criança autista, ficando assim difícil o
convívio com outras pessoas e crianças no ambiente escolar.
A mãe fez a matricula de seu filho, no
primeiro ano do ensino fundamental 1, em uma sala com crianças da mesma faixa
etária, 6 anos. A professora sentiu grande dificuldade para ter contato com o
menino, e iniciar a alfabetização.
Neste momento começou a
dificuldade de adaptação da criança e a professora não conseguiu interagir com
ele e a mãe desistiu e resolveu troca-lo de escola. Foram mais duas tentativas,
em escolas diferentes, mas sem sucesso.
Dois anos se passaram, o
menino já estava com 8 anos quando a mãe resolveu, no inicio deste ano, fazer
mais uma tentativa e matriculou a criança novamente no primeiro ano do ensino
fundamental um, com crianças de 6 anos, ela explicou para a professora, que já
a dois anos estava tentando alfabetizar seu filho que é autista mas nas escolas
anteriores não obteve sucesso.A professora se sensibilizou com a historia e
situação do garoto, e resolveu agir com bom senso e muito trabalho, fez
diversas pesquisas sobre o autismo TEA. Transtorno do Espectro Autista analisou
o grau do menino e viu que tinha um aplicativo em seu celular, no play store
que poderia ajudar.
Algumas crianças com
transtorno do Espectro Autista podem ter boa memória visual, concentrar-se em
algo de seu interesse por longo tempo, com esses detalhes a professora resolveu
saber mais sobre o aplicativo e pesquisar a respeito.
No play store de um Tablet que tem a tela
maior, assim fica mais fácil a visualização das atividades, ela baixou o
aplicativo ABC do autista que se tornou sua ferramenta tecnológica de trabalho
para alfabetizar um de seus alunos do primeiro ano do ensino fundamental.
O aplicativo ABC do
autista é uma ferramenta desenvolvida por pesquisadores do Instituto Federal de
Alagoas, que tem como base um programa do Tratamento e Educação para Autistas
criados nos EUA no ano de 1964. Com quase 40 mil downloads, este aplicativo é
muito utilizado, para alfabetização de crianças e adolescentes autistas
.
De posse dessas
informações e com determinação, a professora iniciou o processo de inclusão e
alfabetização que foi utilizado na disciplina de Língua Portuguesa. O
aplicativo tem quatro níveis e é utilizado no modo touch screem, tela sensível
ao toque.
No nível 1 e 2, a criança identifica o objeto e com auxilio de
um dos dedos, arrasta-o até a sombra desse objeto. Nível 3, as atividades exigem maior concentração pois
são peças a serem montadas, tamanhos de objetos diferenciados e de modo
irregular. Nível 4, começam as letras, formação de palavras e são atividades
alfabetizadoras voltado para desenvolver as habilidades de letramento
.
Os objetivos que a
professora almeja atingir, usando esta ferramenta é desenvolver as habilidades
cognitivas dessa criança, fazer com que ele reconheça e identifique objetos,
letras, aumente a coordenação motora, tenha mais autonomia e realmente
seja alfabetizado assim como os demais
alunos da sala serão, ela busca a inclusão dessa criança.
Os resultados já surgiram,
segundo a mãe do garoto, ele esta calmo, concentrado e interessado, algo que
nos primeiros anos na escola não havia acontecido, esse aplicativo tem a
vantagem de alfabetizar o aluno com autismo sem a necessidade de o professor
ficar tão próximo do aluno, pois crianças autistas tem certa dificuldade em
aproximação com pessoas, e de fácil acesso tanto para a criança quanto para a
professora e também pode ser usado em casa com a ajuda dos pais, têm imagens
coloridas, isso chama mais atenção fazendo com que o aluno se mantenha atento à
atividade, evitando assim mais uma característica do autismo.
As vantagens são maiores
que as desvantagens, o negativo no aplicativo, são o número limitado de
atividades ficando restrito aos 4 níveis sem a possibilidade de ampliar para
atividades mais complexas e mais ampla as atividades alfabetizadoras.
Segundo os médicos
especializados em crianças com TEA, tudo isso faz parte de um conjunto,
pesquisadores interessados na inclusão de crianças com algum tipo de
deficiência, uma mãe determinada a lutar pelos direitos de seu filho e um
professor capacitado, sensível e interessado, a fazer de sua profissão algo
importante não só para ele, mas também para seus alunos.
Muito bom!
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